No pós JMJ: algumas ideias para pensar

Algumas ideias... "... todos nos sentimos «peregrinos», palavra esta cujo significado merece ser meditado. Literalmente, significa deixar de lado a rotina habitual e pôr-se a caminho com um intento, que pode ser o de um passeio pelos campos ou ir mais além dos nossos confins habituais; seja como for, deixando o espaço de conforto pessoal rumo a um horizonte de sentido. Na imagem do «peregrino», espelha-se a condição humana, pois todos somos chamados a confrontar-nos com grandes interrogativos para os quais não basta uma resposta simplista ou imediata, mas convidam a realizar uma viagem, superando-se a si mesmo, indo mais além." "Fernando Pessoa diz, de modo atormentado mas correto, que «ser descontente é ser homem» (Mensagem, O Quinto Império). Não devemos ter medo de nos sentir inquietos, de pensar que tudo o que possamos fazer não basta. Neste sentido e dentro duma justa medida, ser descontente é um bom antídoto contra a presunção da autossuficiência e o narcisismo. O ser incompleto carateriza a nossa condição de indagadores e peregrinos, pois, como diz Jesus, estamos no mundo, mas não somos do mundo (cf. Jo 17, 16). Somos chamados a algo mais, a uma decolagem sem a qual não há voo." "A auto-preservação é uma tentação, um reflexo condicionado pelo medo, que nos faz olhar para a existência de forma distorcida. Se as sementes se preservassem a si mesmas, desperdiçariam completamente a sua força geradora e condenar-nos-iam à fome; se os invernos se preservassem a si mesmos, não existiria a maravilha da primavera. Por isso, tende a coragem de substituir os medos pelos sonhos: não administradores de medos, mas empreendedores de sonhos! " "Se o conhecimento não for acolhido como uma responsabilidade, torna-se estéril. Se quem recebeu um ensino superior –que hoje, em Portugal e no mundo, continua a ser um privilégio –, não se esforça por restituir aquilo de que beneficiou, significa que não compreendeu profundamente o que lhe foi oferecido. No Génesis, as primeiras perguntas que Deus faz ao homem são: «Onde estás?» (3, 9) e «Onde está o teu irmão?» (4, 9). Ponhamo-nos a pergunta: Onde estou? Permaneço fechado no meu mundo ou abraço o risco de sair das minhas seguranças para me tornar um cristão praticante, um artesão de justiça e beleza? E perguntemo-nos ainda: Onde está o meu irmão? " "... devemos reconhecer a urgência dramática de cuidar da casa comum. No entanto, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança da visão antropológica subjacente à economia e à política. Não podemos contentar-nos com simples medidas paliativas ou com tímidos e ambíguos compromissos. Neste caso, «os meios-termos são apenas um pequeno adiamento do colapso» (Francisco, Carta enc. Laudato si’, 194). Trata-se, pelo contrário, de tomar a peito o que infelizmente continua a ser adiado: a necessidade de redefinir o que chamamos progresso e evolução. É que, em nome do progresso, já abriu caminho muito retrocesso. Vós sois a geração que pode vencer este desafio: tendes instrumentos científicos e tecnológicos mais avançados, mas, por favor, não vos deixeis cair na cilada de visões parciais. Não esqueçais que temos necessidade duma ecologia integral, de escutar o sofrimento do planeta juntamente com o dos pobres; necessidade de colocar o drama da desertificação em paralelo com o dos refugiados; o tema das migrações juntamente com o da queda da natalidade; necessidade de nos ocuparmos da dimensão material da vida no âmbito duma dimensão espiritual. Não queremos polarizações, mas visões de conjunto." "Também eu gostaria de vos dizer: tornai credível a fé através das vossas escolhas. Porque se a fé não gera estilos de vida convincentes, não faz levedar a massa do mundo. Não basta que um cristão esteja convencido, deve ser convincente; as nossas ações são chamadas a refletir a beleza jubilosa e simultaneamente radical do Evangelho. Além disso, o cristianismo não pode ser habitado como uma fortaleza cercada de muros, que ergue baluartes contra o mundo. Por isso, achei tocante o testemunho de Beatriz, quando disse que é precisamente «a partir do campo da cultura» que se sente chamada a viver as Bem-aventuranças. Em cada época, uma das tarefas mais importantes para os cristãos é a de recuperar o sentido da encarnação. Sem a encarnação, o cristianismo torna-se ideologia; é a encarnação que permite maravilhar-se com a beleza que Cristo revela através de cada irmão e irmã, cada homem e mulher." "A iniciativa do Pacto Educativo Global e os sete princípios da sua arquitetura incluem muitos desses temas, desde o cuidado da casa comum à plena participação das mulheres, à necessidade de encontrar novas formas de entender a economia, a política, o crescimento e o progresso. Convido-vos a estudar o Pacto Educativo Global e a apaixonar-vos por ele. Um dos pontos que trata é a educação para o acolhimento e a inclusão. Não podemos fingir que não ouvimos as palavras de Jesus no capítulo 25 de Mateus: «era estrangeiro e recolhestes-me» (25, 35)." Excertos das palavras do Papa Francisco, na UCP (https://www.lisboa2023.org/pt/artigo/papa-francisco-aos-jovens-universitarios)  

IGREJA: PORTO VAI CONSTRUIR LOGÓTIPO HUMANO JMJ 2023

 

Num convite dos “0 aos 100 anos”, D. Manuel Linda convida as pessoas a participar, dia 23 de julho, às 09h00, na construção de um logótipo humano JMJ 2023.

A iniciativa realiza-se no Terreiro da Sé do Porto e integra-se na atividade «Km11», realça uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo do Porto apela à participação num “logótipo gigante que será porventura o maior que se realiza em Portugal”.

“Se tens entre 0 e 100 anos és convidado a dar corpo a este grande logótipo”, afirma D. Manuel Linda numa mensagem vídeo.

A iniciativa inclui-se no programa da diocese do Porto desenvolvido no âmbito do evento «Km11».

Uma atividade das dioceses do norte de Portugal que decorre nos dias 23 e 24 de julho, numa organização conjunta das dioceses de Braga, Bragança-Miranda, Lamego, Porto, Viana do Castelo e Vila Real.

O «Km11» estava pensado para o ano 2020, mas a pandemia impediu a sua realização e tem por imaginário a distância de 11 quilómetros de Jerusalém, sendo que o «Km11» se refere à cidade de Emaús.

Segundo informa em comunicado a organização, será com “alegria renovada e fé fortalecida” que os jovens se reunirão como “jovens discípulos de Jesus Cristo” num grande encontro “num local específico de cada Diocese com o bispo diocesano e restantes agentes pastorais”.

“Esta atividade da Pastoral Juvenil e do Comité Organizador Diocesano (COD) destas dioceses tem também como objetivo a preparação para a Jornada Mundial da Juventude de 2023”, refere a nota.

A organização sublinha o desejo de continuar a realizar esta iniciativa nos anos seguintes à JMJ Lisboa 2023.

No domingo dia 24 haverá uma Eucaristia e no sábado dia 23 uma vigília de oração que se realizará ao mesmo tempo nas seis dioceses.

Neste ano, a atividade “Km 11” tem como tema os Discípulos de Emaús.

LFS

(https://www.diocese-porto.pt/pt/noticias/secretariados/igreja-porto-vai-construir-logótipo-humano-jmj-2023/)