Acreditar: Setembro Dourado

Acreditar: Setembro Dourado

Há 29 anos que a Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, promove as aprendizagens dos alunos doentes, garantido que estes jovens dispõem das mesmas oportunidades de aprendizagem e integração que os seus colegas.

É com a escola que se minimizam as limitações destes alunos: a participação não presencial, as dificuldades físicas ou cognitivas, os desafios emocionais e sociais. Porque acreditamos que a doença não deve limitar a construção da identidade e de futuro, estamos e sempre estaremos convosco neste processo.

Neste sentido, criámos o documento em anexo – QUANDO UM ALUNO TEM CANCRO que se destina aos professores, alunos e comunidade escolar em geral. Aqui encontra informação sobre legislação e recursos disponibilizados pela Acreditar como o programa Aprender Mais que, gratuitamente, proporciona um acompanhamento, complementar à resposta escolar, por parte de professores voluntários. Teríamos o maior interesse que este documento fosse divulgado pela rede escolar.

A par deste trabalho feito ao longo do ano, em Setembro assinala-se o Mês Internacional de Sensibilização para o Cancro Pediátrico. A campanha Setembro Dourado – dourado é a cor do cancro pediátrico, que simboliza a força e a resiliência das crianças e jovens que passam por uma doença oncológica – este ano tem o lema “O cancro do meu filho mudou tudo”. Mais informação no site da Acreditar.

É uma excelente oportunidade para a comunidade escolar se envolver, promovendo atividades com os alunos sobre o cancro pediátrico:

  • Organizando atividades que manifestem a solidariedade pela causa – baseadas no laço dourado (símbolo da força, coragem e resiliência destas crianças) e sejam filmadas ou fotografadas para se tornarem públicas como voz de apoio aos doentes. Os alunos do Centro de Formação Profissional da Madeira dão um exemplo!

 

CANCRO PEDIÁTRICO: INFORMAÇÕES AOS PROFESSORES

Para informações adicionais, ler – Acreditar_QUANDO UM ALUNO TEM CANCRO

 

 

 

REGULAMENTO DO CONCURSO PARA O LOGÓTIPO DO SDEMRC PORTO

REGULAMENTO DO CONCURSO PARA O LOGÓTIPO DO SDEMRC PORTO

O concurso é promovido pelo Secretariado Diocesano de Educação Moral e Religiosa Católica da Diocese do Porto (SDEMRC PORTO) e destina-se a alunos, pais / encarregados de educação, professores dos diversos grupos de recrutamento e ciclos de ensino, elementos das comunidades educativas e das comunidades cristãs, e demais destinatários interessados.

O LOGÓTIPO a sujeitar a concurso visará a criação da identidade visual e gráfica do SDEMRC PORTO.

 

Para informações complementares consulte o documento Regulamento do Concurso de Logotipo de SDEMRC

 

Formação de professores de EMRC da Diocese do Porto – 09/09/2023

Comunicar a alegria do Evangelho na Escola e na aula de EMRC

 

D. Manuel Linda, Bispo do Porto, no sábado 9 de setembro, na Casa Diocesana de Vilar, abriu os trabalhos do encontro de professores de Educação Moral e Religiosa Católica.
O encontro principiou com a oração da manhã, evocando as raízes da alegria, a partir das palavras que do Papa Francisco  na JMJ Lisboa 2023.
O Bispo do Porto deu as boas-vindas a todos os professores ao novo ano letivo. Referiu que «as dificuldades não nos devem paralisar, mas devem ser estímulos para atingir os seus objetivos».
D. Manuel Linda disse ainda que «a cultura do ocidente, segundo os grandes pensadores da atualidade, com o contexto da pandemia, da guerra e as grandes decisões já não acontecem no 1.º mundo. A Europa e os EUA começam a não ser a cabeça do mundo». Dentro da Igreja passa-se o mesmo, como se a Europa ainda fosse o centro do cristianismo, dando a ideia que está em fim de linha, gerando angústia e tristeza existencial.
A alegria é missionária, abre-se para o exterior, como diz o Papa Francisco. A alegria tem de se construir, pois «há mais alegria em dar do que em receber». Referiu os voluntariados que são uma forma muita ativa de colaborar no bem comum e entusiasmam os jovens.
D. Manuel Linda apelou à criação de grupos de voluntariado nas aulas de EMRC para entusiasmar os alunos, que estão na idade dos sonhos e que podem ajudar a transformar o mundo. São gotículas de Bem que criam rios do Bem. O professor de EMRC está na escola para ajudar a estruturar a formação humana, da personalidade e da relação com os outros.
Concluiu, dizendo que «gostava que o professor de EMRC fosse uma referência em cada escola e que houvesse compromisso sinodal com todas as estruturas da Igreja». Apelou à participação na vida das paróquias e das comunidades a que estão ligados.
Finda a intervenção, deu a palavra ao professor Carlos Meneses.

O diretor do secretariado, Carlos Meneses, informou que atendendo à necessidade de prover um colaborador no secretariado diocesano da EMRC, o Bispo do Porto nomeou o professor Custódio Veríssimo que trabalhará no secretariado para apoiar os professores de EMRC e a disciplina.

 

Sessão I – Comunicar a alegria do evangelho, entre a timidez e a intrepidez. (*)

A primeira comunicação foi proferida pelo P. Rui Santiago, redentorista, que veio apresentar a sua visão sobre «Comunicar a alegria do evangelho, entre a timidez e a intrepidez».

A partir de histórias e testemunhos pessoais, referiu que a arte de comunicar o evangelho é ter de contar boas notícias às pessoas. O sermão, a prédica o ensinamento, na nossa tradição pós-cristandade estava habituada a ter apenas uma direção, do pregador para o ouvinte. Estas formas são «muitas vezes, desfasados das realidades, porque proferidos por pessoas que estão fora da realidade».

Nestes nossos tempos «surgem novos códigos comunicacionais, novas línguas, na vinculação a uma mundividência da realidade que antes tínhamos. É neste admirável mundo novo em que nos movemos.»

Segundo o P. Rui Santiago, «nós não estamos formados para comunicar, pois comunicar só se faz acompanhado pelo diálogo. Comunicar é colocar a palavra em ponto de comunhão». «Levar a palavra ao lume de comunhão», fazendo uma analogia com mundo culinário.

Relembrando e tendo como referência a liturgia cristã. «comunicar é um além da Palavra. A liturgia da Palavra é o portal do encontro que abre para outra mesa, a da comunhão. A comunicatio começa quando dizemos as palavras de Outro (Jesus). Comunicar implica descer do ambão e recitar a palavra de Outro. Palavra de oração, adoração e obediência. O abraço da paz, a fração do pão.» Comunicar não é um ato de dizer, de falar, mas de dizer-se, falar-se. Comunicar quer dizer comungar.  O testemunho escrito é o anzol – Daniel Faria. A história cristã é uma história de amizade. O Verbo vem conjugar-se connosco em todos os tempos, em todos os modos, com todas as pessoas. Comunicar o evangelho é convidar outros a partilharem a minha vida de fé. Leva para a mesa do abraço, do pão partido.

O grego bíblico fala de duas palavras para exprimir a alegria. A agalliasis, aquela alegria que tenho de partilhar aquilo que estou a viver e a experimentar. Outra é kara, da família de karis. Um dom completo. A alegria de ter sido salvo, solto, desconfinado. Comunicar a alegria do evangelho não é uma técnica, nem assenta nos dons de quem fala, mas no testemunho de quem comunica, concluiu o P. Rui Santiago.

(*) Leia o texto integral aqui.

 

Sessão II – Acreditar e pertencer

Carmo Rodeia, diretora do Gabinete de Comunicação do Santuário de Fátima, fez uma comunicação sobre “Ato, métodos, processos e finalidades da comunicação”. Salientou que «os meios de comunicação social não são adversários da Igreja, eles precisam de ser acolhidos e interpelados por ela. (…) mas «estará o mundo disponível para falar de Deus e preparado para falar de Deus, tendo como modelo Jesus?»

Desafiou os professores de EMRC a «olharem para o espaço público e verem que são poucas as boas notícias e que os cristãos estão pouco motivados para as boas notícias.» Em comunicação não há receitas na forma como comunicamos e quando definimos estratégias de comunicação   têm de ser revistas. A técnica é importante, mas não basta.

A Igreja está no mundo e tem de dialogar com o mundo. Tem de ter capacidade de comunicar e de difundir a sua mensagem que é a pessoa de Jesus. A comunicação é encontro. A memória é seletiva. E a Igreja tem de lidar com esta realidade.

A agenda é criada pelos media, fixam e generalizam as mensagens que se lançam conformam o pensamento. A criação de uma ditadura silenciosa. Diante da progressiva secularização, altera-se a relação entre a fé e a religião.

Carmo Rodeia lançou duas questões pertinentes: Onde está o sentido crítico? Estaremos entre a espada e a parede? Segundo a diretora do Gabinete de Comunicação do Santuário de Fátima, «os professores de EMRC desempenham uma função muito importante, formam o sentido crítico, lançam questões e têm de ajudar a interpelar a realidade.  Os professores de EMRC têm de conhecer o quotidiano em que se movem os adolescentes, os jovens, os mais velhos para descobrirmos os métodos do seu processo comunicativo.»

A comunicação na Igreja para informar, partilhar, anunciar e para criar comunidade. É importante que a Igreja saiba comunicar. Ela apenas está a reagir a uma agenda que não impõe. A comunicação e a Igreja não criam relação. Para termos relevância temos de estar presentes no espaço público.  Deixou alguns passos a cumprir: boa preparação, brevidade e clareza; comunicar sem erros; ser cativante / próximo; usar de empatia; ser profissional.

Concluiu a intervenção salientando que «as redes sociais são o habitat natural dos nossos jovens e alunos. Há que substituir o on line pelo on life. »

 

Sessão III – A Comunicação-anúncio do Evangelho numa era mediatizada

O P. Rui Alberto, diretor editorial dos salesianos, fez uma comunicação sobre A Comunicação-anúncio do Evangelho numa era mediatizada. Para ele, «Evangelizar nesta era mediática é educar ao sentido crítico. A realidade nem sempre é o que parece, havendo poderes extra-estatais que podem controlar os media.

Na nossa era, a maioria dos interlocutores fica pelo senso comum que é transformar aquilo que não-familiar em familiar. Este processo passa pela objetivação, fazendo a seleção de factos, seguindo-se uma esquematização até alcançar a naturalização, recorrendo à personificação, à metaforização e à ontologização. Outra abordagem pode ser a ancoragem que é colocar o novo, a novidade, dentro de uma narrativa já existente.

Segundo o P. Rui Alberto «não há uniformidade» em como se fará a comunicação em Igreja. A Igreja como sociedade complexa pode fazer «uma comunicação diferenciada». Apontou três processos diferentes: a propagação (mensagem destinada ao interior do grupo), a difusão (mensagem destinada ao exterior do grupo e ignora os fatores distintivos dos diferentes grupos); e a propaganda (visão de combate in e out do grupo). Deixou as inquietações: «será que todas estas formas de comunicar podem coexistir na Igreja? Será que podemos ir buscar a todos grupos as suas técnicas e formas de comunicar?».

O peso da imagem e o papel da interação

É inevitável ignorar o peso da imagem real ou até metafórica. A palavra de Deus sempre foi visualizada: cor, pinturas, procissões, entre outras. Para o P. Rui Alberto a comunicação também tem de ser interativa, criar relação entre quem comunica e quem é o destinatário da mensagem.

Súmula elaborada por Sérgio Carvalho

 

Formação de professores de EMRC

Comunicar a alegria do Evangelho na Escola e na aula de EMRC

09 – 09 – 2023

 

Motivados pelos reptos de levar aos nossos alunos e aos demais elementos da comunidade educativa, não uma alegria passageira ou momentânea, mas uma alegria que cria raízes, dedicaremos o próximo encontro de docentes de EMRC da Diocese do Porto (dia 9 de setembro, entre as 09:00h e as 13:00h) a pensar de que modo é possível “Comunicar a alegria do Evangelho na Escola e na aula de EMRC”, de acordo com os seguintes pretextos de reflexão:

  • Comunicar a alegria do Evangelho: entre a timidez e a intrepidez – Pe. Rui Santiago, Provincial da CSsR
  • Ato, métodos, processos e finalidades da comunicação – Dra. Carmo Rodeia, Diretora do Gabinete de Comunicação do Santuário de Fátima
  • A comunicação-anúncio do Evangelho numa era mediatizada – Doutor Pe. Rui Alberto, Diretor Editorial dos Salesianos

Novo ano

Animados pelas palavras do Papa Francisco por ocasião da JMJ, deixemo-nos inspirar pelo convite que dirigiu aos universitários e que, em certa medida, também nos é particularmente dedicado: “tende a coragem de substituir os medos pelos sonhos: não sejais administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!”.
Face aos desafios e vicissitudes com que a educação, a disciplina e os docentes de EMRC se deparam, é preciso coragem para nos sentirmos como peregrinos, aqueles que deixam de lado a rotina habitual, que se põem a caminho com um propósito, que vão para além do bastante. É preciso coragem para pensar assim. Nas palavras de Francisco, a educação afigura-se como verdadeiro capital humano, destinado a “introduzir [os jovens] numa história, transmitir uma tradição, valorizar a necessidade religiosa do Homem e favorecer a amizade social”. Nesta perspetiva, a Escola pode ser entendida como verdadeiro estaleiro de fraternidade, de acolhimento e de inclusão, atitudes estas promovidas pela disciplina de EMRC e que reafirmam o seu valor educativo no currículo escolar.
Animados igualmente pelo lema do Plano de Pastoral 2023/2024 da Diocese do Porto – “Vamos com alegria. Juntos por um caminho novo” – somos convidados a acrescentar à coragem proposta pelo Papa de ultrapassar os medos, a iniciativa de viver, expressar e retribuir as “raízes da nossa alegria” em ambiente escolar.

Tempo da Criação 2023

    Tempo da Criação 2023

 

Todos os anos, de 1 de setembro a 4 de outubro, a família cristã une-se para a celebração mundial de oração e ação pela proteção da nossa casa comum. Como seguidoras e seguidores de Cristo de todo o mundo, compartilhamos um apelo comum a cuidar da criação. Somos cocriaturas e fazemos parte de tudo o que Deus fez. O nosso bem-estar está interligado com o bem-estar da Terra. Alegramo-nos com esta oportunidade de salvaguardar a nossa casa comum e todos os seres que a compartilham connosco. Este ano, o tema para este tempo é «Que a justiça e a paz fluam».

Convite dos líderes religiosos à participação no Tempo da Criação

Caros Irmãs e Irmãos em Cristo,

O Tempo da Criação é a celebração cristã anual de oração e resposta conjunta ao clamor da Criação: a família ecuménica no mundo une-se para ouvir e cuidar de nossa casa comum, o Oikos de Deus.

O período de “celebração” do Tempo da Criação começa a 1 de setembro, Dia de Oração pela Criação, e termina a 4 de outubro, Festa de São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia, amado por muitas confissões cristãs.

Após a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos celebrada no hemisfério norte, iniciámos em fevereiro a “Preparação” do Tempo da Criação para chegarmos aos líderes locais e convidarmos as nossas comunidades a participarem ativamente, tomando consciência do tema e refletindo sobre o modo de responderem ao clamor da criação pelo qual o Senhor nos chama nos nossos diversos contextos. A etapa da “Preparação” é fundamental para nos prepararmos juntos para o Tempo da Criação, criando laços e relações como Povo de Deus que cuida da nossa casa comum.

Este ano unir-nos-emos em torno do tema «Que a justiça e a paz fluam» e do símbolo de «Um rio poderoso». Os líderes religiosos ecuménicos de todo o mundo prepararam um vídeo especial para vos convidarem a participar deste Tempo.


Convidamos à leitura integral do documento na página da Comissão Diocesana para o Ecumenismo, em Tempo da Criação 2023
    ecumenismo@diocese-porto.pt

ecumenismodioceseporto.blogspot.com | Facebook

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Informação complementar:

Página web do Tempo da Criação

Guião para a celebração do Tempo da Criação 2023

Mensagem do Papa Francisco para a celebração do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 2023 (página web do Tempo da Criação)

Mensagem do Papa Francisco para a celebração do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 2023 (página web da Santa Sé)

Página web do Movimento Laudato si’

Oração Ecuménica – Tempo da Criação de 2023: 1 de setembro, 14 horas (online).

 

No pós JMJ: algumas ideias para pensar

Algumas ideias…

“… todos nos sentimos «peregrinos», palavra esta cujo significado merece ser meditado. Literalmente, significa deixar de lado a rotina habitual e pôr-se a caminho com um intento, que pode ser o de um passeio pelos campos ou ir mais além dos nossos confins habituais; seja como for, deixando o espaço de conforto pessoal rumo a um horizonte de sentido. Na imagem do «peregrino», espelha-se a condição humana, pois todos somos chamados a confrontar-nos com grandes interrogativos para os quais não basta uma resposta simplista ou imediata, mas convidam a realizar uma viagem, superando-se a si mesmo, indo mais além.”

“Fernando Pessoa diz, de modo atormentado mas correto, que «ser descontente é ser homem» (Mensagem, O Quinto Império). Não devemos ter medo de nos sentir inquietos, de pensar que tudo o que possamos fazer não basta. Neste sentido e dentro duma justa medida, ser descontente é um bom antídoto contra a presunção da autossuficiência e o narcisismo. O ser incompleto carateriza a nossa condição de indagadores e peregrinos, pois, como diz Jesus, estamos no mundo, mas não somos do mundo (cf. Jo 17, 16). Somos chamados a algo mais, a uma decolagem sem a qual não há voo.”

“A auto-preservação é uma tentação, um reflexo condicionado pelo medo, que nos faz olhar para a existência de forma distorcida. Se as sementes se preservassem a si mesmas, desperdiçariam completamente a sua força geradora e condenar-nos-iam à fome; se os invernos se preservassem a si mesmos, não existiria a maravilha da primavera. Por isso, tende a coragem de substituir os medos pelos sonhos: não administradores de medos, mas empreendedores de sonhos! ”

“Se o conhecimento não for acolhido como uma responsabilidade, torna-se estéril. Se quem recebeu um ensino superior –que hoje, em Portugal e no mundo, continua a ser um privilégio –, não se esforça por restituir aquilo de que beneficiou, significa que não compreendeu profundamente o que lhe foi oferecido. No Génesis, as primeiras perguntas que Deus faz ao homem são: «Onde estás?» (3, 9) e «Onde está o teu irmão?» (4, 9). Ponhamo-nos a pergunta: Onde estou? Permaneço fechado no meu mundo ou abraço o risco de sair das minhas seguranças para me tornar um cristão praticante, um artesão de justiça e beleza? E perguntemo-nos ainda: Onde está o meu irmão? ”

“… devemos reconhecer a urgência dramática de cuidar da casa comum. No entanto, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança da visão antropológica subjacente à economia e à política. Não podemos contentar-nos com simples medidas paliativas ou com tímidos e ambíguos compromissos. Neste caso, «os meios-termos são apenas um pequeno adiamento do colapso» (Francisco, Carta enc. Laudato si’, 194). Trata-se, pelo contrário, de tomar a peito o que infelizmente continua a ser adiado: a necessidade de redefinir o que chamamos progresso e evolução. É que, em nome do progresso, já abriu caminho muito retrocesso. Vós sois a geração que pode vencer este desafio: tendes instrumentos científicos e tecnológicos mais avançados, mas, por favor, não vos deixeis cair na cilada de visões parciais. Não esqueçais que temos necessidade duma ecologia integral, de escutar o sofrimento do planeta juntamente com o dos pobres; necessidade de colocar o drama da desertificação em paralelo com o dos refugiados; o tema das migrações juntamente com o da queda da natalidade; necessidade de nos ocuparmos da dimensão material da vida no âmbito duma dimensão espiritual. Não queremos polarizações, mas visões de conjunto.”

“Também eu gostaria de vos dizer: tornai credível a fé através das vossas escolhas. Porque se a fé não gera estilos de vida convincentes, não faz levedar a massa do mundo. Não basta que um cristão esteja convencido, deve ser convincente; as nossas ações são chamadas a refletir a beleza jubilosa e simultaneamente radical do Evangelho. Além disso, o cristianismo não pode ser habitado como uma fortaleza cercada de muros, que ergue baluartes contra o mundo. Por isso, achei tocante o testemunho de Beatriz, quando disse que é precisamente «a partir do campo da cultura» que se sente chamada a viver as Bem-aventuranças. Em cada época, uma das tarefas mais importantes para os cristãos é a de recuperar o sentido da encarnação. Sem a encarnação, o cristianismo torna-se ideologia; é a encarnação que permite maravilhar-se com a beleza que Cristo revela através de cada irmão e irmã, cada homem e mulher.”

“A iniciativa do Pacto Educativo Global e os sete princípios da sua arquitetura incluem muitos desses temas, desde o cuidado da casa comum à plena participação das mulheres, à necessidade de encontrar novas formas de entender a economia, a política, o crescimento e o progresso. Convido-vos a estudar o Pacto Educativo Global e a apaixonar-vos por ele. Um dos pontos que trata é a educação para o acolhimento e a inclusão. Não podemos fingir que não ouvimos as palavras de Jesus no capítulo 25 de Mateus: «era estrangeiro e recolhestes-me» (25, 35).”

Excertos das palavras do Papa Francisco, na UCP (https://www.lisboa2023.org/pt/artigo/papa-francisco-aos-jovens-universitarios)